Eu, você, nós e rio

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Nem eu, nem você e nem ninguém toma banho no mesmo rio por duas vezes. Ou melhor, qualquer um começa a tomar banho num rio, mas termina em outro.

É possível nos colocarmos no mesmo ponto geográfico por onde passa o rio, mas ele jamais será o mesmo a cada instante no tempo decorrido durante a sua passagem por um corpo estático posicionado em um ponto de seu leito. Assim, fica entendido que um rio é algo dinâmico que flui de forma variável tanto quanto ao seu volume bem como na sua composição orgânica ao longo da sua existência.

Pois, a partir de sua nascente, a ele vai sendo acrescentado as aguas de diversos afluentes e subafluentes que a ele se somam, desaguando-os pela sua margem direita e esquerda, advindos das sub e micro bacias ao longo da sua trajetória até desaguar em um rio maior e dessa forma, até o Oceano ou Mar finalizando assim, o seu estado de rio no fim do seu curso (foz).

Dessa forma, é o rio por mim compreendido, como algo imensurável e impossível de ser reproduzido em sua essência tal como já o fora, como é no presente, ou como será num futuro próximo ou distante, pois ele sempre será um rio diferente em suas peculiaridades a cada instante.

Tal como um rio, eu, você e todos nós nascemos pequenos e ao crescermos vamos agregando novos valores nas diversas fases de nossa vida. Bem como perdendo outros. Às vezes, de maneira irreversível, até atingirmos um estágio material degenerativo e irreparável, de maneira duradoura ou definitiva, tendo a morte como a única certeza inevitável.

Diferentemente do rio que tem a probabilidade de que algumas de suas moléculas que compõem o seu todo possam percorrer parte do mesmo itinerário que já o fizera um dia devido o ciclo das aguas em todo planeta, enquanto nós, seres humanos, nascemos, crescemos, existimos e findamos materialmente de forma definitiva. 

Porque não fomos apenas nascidos, mas sim concebidos para cumprir um propósito do Criador. Porém, se for respeitado o princípio da conservação da energia que é “Aqui nada se cria e nada se acaba, mas sim tudo se transforma”, é bem provável que existe em nós parte de alguns de nossos longínquos ancestrais praticantes do bem ou mal, sem direito a escolha, sabendo que a probabilidade do mal prevalece.

Dessa forma, está cientificamente entendido que a agua existente no planeta tem mudado de estado, mas não de quantidade molecular o que não podemos dizer de nós mesmos. Assim, penso que temos muitas semelhanças com o rio durante o ciclo de nossas vidas, porém, ficamos muito a desejar nesse contexto, quando na avaliação do quesito utilidade.

Palestina, 15 de agosto de 2012.
Autor: Antônio Evangelista Neves.

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