Senado em Debate: Pontos e contrapontos da política exterior e suas implicações
“Todos confessaram estarem surpresos. Porém, eu me considero ter
sido um expectador e vítima do que já havia previsto.”
Assisti na TV Senado, domingo (19 de junho de 2011), à reprise da 10.ª Reunião Extra-Ordinária da Comissão De Relações Exteriores e Defesa Nacional, que ocorreu originalmente em 25 de abril de 2011, realizada na sala de reuniões da referida Comissão, sob a presidência do senador e ex-presidente do Brasil, Fernando Collor Afonso de Melo.
O assunto em pauta fora determinado como ‘Audiência Pública’. O objetivo era discutir os rumos da política externa nacional, com a participação dos senadores constituintes da comissão, e convidados do presidente da mesma, Fernando Collor, onde cada um deveria expor idéias, informações e conhecimentos sobre a temática do embate, com as seguintes autoridades:
Embaixador Marcos Azambuja
Professora Arlene Clemesha (USP- SP)
Professor Eduardo Viola (UNB- DF)
Professor Márcio Scalércio (PUC- RJ)
Professor Reginaldo Nasser (PUC- SP)
A interlocução com os palestrantes ficou a cargo dos parlamentares:
Senadora Ana Amélia (PP-RS)
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF)
Senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP)
Senador Vital do Rego (PMDB-PB)
Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)
No decorrer da reunião, os pontos e contrapontos, quer da parte dos convidados que externavam vasto conhecimento (louvável mesmo) sobre o assunto, bem como da parte de seus indagadores, todos confessaram estar surpresos ante aos últimos acontecimentos no mundo político, financeiro, social, e porque, não dizer, o religioso, ora como elemento aglutinador, ora como dispersor de um consenso entre as partes envolvidas.
Tudo tem tomado dimensões de difícil controle a partir do atentado ao World Trade Center (Centro de Comércio Mundial), ou as famosas ‘Torres Gêmeas’, em Nova Iorque, Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001.
Depois desta data muitas ocorrências, que até então, eram consideradas “improváveis” (pois ninguém esperava tal vulnerabilidade das potências americanas numa situação dessas), outras catástrofes vem ocorrendo de forma acelerada, e cada vez mais dramáticas e assustadoras, quer por culpa direta da incapacidade do homem, como administrador para com seu semelhante (o administrado), bem como do homem sem qualquer distinção de classe, quer seja na qualificação racial, cultural, econômica, profissional ou até mesmo religiosa, no descaso para com a natureza.
Para mim, há muito tempo essas ocorrências não surpreendem, e sim, comprovam, infelizmente, o que eu já havia previsto. Leia, por favor, o trecho (Propostas e Recomendações) da carta que enviei em 11 de novembro de 2002, ao então presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, ou a mesma na íntegra. E, por favor, leia também a resposta dele à minha pessoa, anexo na sequência deste artigo.
Infelizmente quem tem o conhecimento direcionado para o bem comum não detém o poder. E os que tem o poder, pouquíssimos governam com essa sensibilidade. O tempo revelará o que for semeado por eles. Porém, todos colherão, gostando ou não do que será colhido.
Observação: Recomendo que procure ler, ouvir ou assistir a reunião sobre este assunto (que pode ser encontrada no site do Senado), bem como outras importantes reuniões que são realizadas naquela Casa de Leis. É bom que saibamos em qual direção está sendo conduzido o nosso barco, e se ainda é possível uma correção dessa trajetória.
MINHA CARTA ENCAMINHADA A LULA EM NOVEMBRO DE 2002
Exmo. Sr. Presidente e Companheiro Luiz Inácio Lula da Silva,
Ref.: Carta de Congratulações, Propostas e Recomendações.
Na condição de cidadão brasileiro e metalúrgico aposentado pela Volkswagen do Brasil em 1986, quero parabenizá-lo pela vitória que você faz questão de dividir com todos aqueles que, um dia, acreditaram e cerraram fileiras em torno de seus objetivos e ideais pelas causas sociais em favor dos explorados.
Muitos dos nossos companheiros de luta sofreram e pagaram caro com seu sangue, suor e lágrimas – suas e de seus familiares – alguns já não se encontram entre nós fisicamente para sentirem-se, como eu: recompensados através de sua vitória ao ver a estrela (nosso símbolo) brilhar no cargo mais alto e honroso da nação representado pela sua pessoa.
Eu, particularmente, guardo com muito orgulho duas lembranças das batalhas travadas em São Bernardo do Campo, na ocasião das greves, são duas camisas que vesti durante os movimentos reivindicatórios:
Uma é destrutível, já rota e desbotada, com sua caricatura de chave fixa na mão lutando contra o espadachim burguês, hoje seu aliado, usei para proteger meu peito da truculência, da repressão, na época dos cassetetes, cavalarias, etc.
A outra é indestrutível. Está fixada do lado de dentro do peito, na região central superior do tórax, é impossível de ser destruída pelos métodos convencionais.
Assim, na condição de aliado, com seus princípios, objetivos e ideais em favor das causas sociais, tomo a liberdade, na condição de colaborar, de expor algumas recomendações ou sugestões que poderão ser úteis no conjunto de proposições a serem apresentadas para convencer e fazer forças antagônicas, a repensar e criar uma alternativa consensual a nível nacional, e até mesmo universal, para a solução dos conflitos e desigualdades sociais entre o maior e o menor em relação ao poder aquisitivo e qualidade de vida.
PROPOSTAS E RECOMENDAÇÕES
Lula, o planeta Terra está pequeno para tantas divergências e atos de caráter destrutivo, com perdas irreversíveis para a natureza e seres vivos que aqui habitam. É dever de todos aqueles que tem compromisso para com seus semelhantes saber que o sistema solar, do qual somos parte, traduz-se em uma posição ímpar, não havendo neste sistema outro planeta que reúna as condições climáticas e geofísicas para nossas vidas.
Fora do sistema solar deve haver inúmeros sistemas semelhantes ao nosso, porém, estamos todos limitados pelo tempo e espaço, para pensar em viver fora da Terra na forma física e coletiva. Muito embora temos que admitir que não estamos sozinhos no universo como seres “inteligentes”, pois, do contrário, estaríamos subestimando o “Criador” que teria, neste caso, descartado tudo o que criou no universo em favor do planeta Terra.
Diante do exposto, estamos sentenciados a viver aqui, até que a vida só exista na forma física. Assim, seremos reciclados quantas vezes forem necessárias, conforme a crença material, espiritual ou religiosa de cada indivíduo ou grupos que os representam em coletividade.
Lula, espero que com esta visão, mas, a sua maneira e entendimento, com seu carisma de negociador e mediador, ao primeiro Congresso Internacional em que tiver oportunidade de participar, proponha, aos detentores de recursos financeiros mundiais que armazenam riquezas por obsessão, que destinem por um ano seus lucros em prol da qualidade de vida de todos os povos marginalizados e ao meio ambiente em que vivemos. Trocando assim, a prática de economizar subtraindo por produzir distribuindo, sem paternalismo, mas, com oferta de trabalho resgatando a dignidade e a auto-estima do ser humano.
Com isto, aqueles que já armazenaram riquezas continuarão ricos e ainda com a satisfação de poder desfrutar de seus bens com menores riscos, afinal, aqueles que estão sendo esmagados na base da pirâmide social sentirão sua auto-estima se recuperar através de seu próprio potencial, vendo naqueles que conseguiram uma melhor posição, um estímulo e não um sentimento de revolta por não terem a oportunidade de alcançar seus objetivos e necessidades por meios legais.
Ao continuar como está, a base da pirâmide, que passa por uma metamorfose quanto aos valores sociais, morais e familiares por falta de dignidade e horizontes, entrará em decomposição acelerada, tanto nos conceitos sociais, como biológicos. Ocorrendo isto, os pilares de sustentação dos níveis superiores também cederão e todos irão formar uma massa disforme junto à base. É só uma questão de tempo porque isto não é utopia e nem premonição, e uma probabilidade… veja os últimos fatos ocorridos, ninguém está seguro por muito tempo em lugar algum.
INDAGAÇÃO
Hoje, nos cinco continentes quase todos os países são devedores. Bem ao nosso lado, aqui nas Américas, todos (até o Tio Sam) devem. Do Velho Mundo poucos devem estar livres deste ônus.
Pergunto: e devem para quem? Devem para grupos, organizações e outras modalidades especializadas em distribuir pobreza e dependências do menor para com o maior.
São estes grupos que agora devem ser convocados a assumir o quinhão para a reversão desse quadro de miséria mundial e, fazendo isso, não estarão prestando nenhum favor, e sim, devolvendo parte do que tomaram indevidamente com seus tratados unilaterais; se assim assumirem, garantirão as suas instituições por mais algum tempo, pois, não se tira nada de quem nada mais tem e, como eles não aprenderam a trabalhar e produzir sucumbirão como o “Rei de Midas”.
GRATIDÃO
Lula, sempre que possível você dedica essa vitória à todos os filiados, militantes, simpatizantes adeptos e até mesmo aos adversários, pois, graças a eles, você se tornou um triatleta invencível, principalmente na modalidade de transpor e vencer obstáculos e, esse recorde, eu gostaria de viver para ver alguém quebrar! Tenho certeza que eu iria viver mais que Matusalém!
Mas, Lula, quero que saiba que a nós apenas coube manter e ampliar a confiança e a fidelidade em torno de um líder, mas, esse líder teve um papel maior: o de plantar nossa estrela em todo território nacional e além dele, até alcançar o ponto mais alto da nação e de lá fazer brilhar para todos nós.
Creio que você fará brilhar nossa estrela muito além destas fronteiras: prepare-se para ocupar um cargo importante na ONU. De acordo com a música feita para Victor Jará, lembro que: “Os tiranos passam, os poetas seguem de pé, não se assassina a fé! As palavras seguem não se pode um rio parar não!”. Tão pouco impedir que uma estrela cumpra sua trajetória luminosa.
Tanabi, 11 de Novembro de 2002.
Antonio Evangelista Neves. Obrigado
Obs.: Em anexo seguem: uma declaração pessoal, uma foto para que conheça este companheiro, e, meu currículo para uma avaliação de minha pessoa no campo profissional, e, se julgar que posso ser útil nesta empreitada em qualquer função ou lugar deste país, estou à disposição
RESPOSTA À MINHA CARTA, PELO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DE LULA
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